ENCONTRO DE MÃOS

Há uma preparação na natureza que me toma

E me diz se a vegetação quer um poema

Pois nela escondo a minha dor inteira

E abraço as árvores

Que me acenam ao vento da tardinha

A voz que ouço é ilusão

Mas a caminhada que sozinha faço

Nunca é a derradeira

Percebo sinais entre as folhagens

Um murmúrio passa

No meu ombro esbarra

E me conta o segredo das estrelas

É uma ave solitária entre nuvens de fumaça

Duas mãos que se encontram sem saber

No repentino silêncio da avenida

Invadida de vermelho

E um vulto parado

Cabisbaixo

Na esquina