VIA PÚBLICA, VIDA PRIVADA
havia a via:
onde você via passagem,
eu vivia.
do que lhes parece vazio e vão,
vão vindo minhas vestes.
Vêm viáveis valores,
onde vós vedes vis vultos
nos veios da cidade, ocultos:
insultos ao vosso viés
Vísceras avessas
às veias do pulso,
às vértebras na coluna...
A música vociferando violência
viola toda voz invulnerável:
da “virtude”, da “verdade”, da vivenda...
(Em parceria com Rodrigo Motta. Poema cuja primeira estrofe está inclusa em filme de mesmo nome, sobre a maneira dos morados de rua de habitar a cidade.)