FEBRE
FEBRE
Não confunda
Gato com lebre
Isto não é poesia
É da paixão
A febre
***
NOME
Que gana sem fim de dizer um nome
Uma só vez
Alguém já pensou em que aflição isto dá
A alma cobra
O corpo chora
A boca
Sussurrando implora
E eu caminho sem fim pelas ruas
Subo ladeiras
Escondo-me sob uma árvore
Vou à praia no fim da tarde
Aproveito a cumplicidade do mar que sabe e espera
Digo
Repito
Murmuro
Sussurro
Grito
E as ondas se alteiam
De espanto
***
POR QUÊ?
Não vês que puxo
A orla de Tua veste
E então
Por que também a mim não dizes
“Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz, e fica livre do teu mal."
***
VERSOS
Um dia direi ao tempo e mais ao vento que amo feito louca
E que não sei mesmo o que faça
Com o gosto desses beijos em minha boca
Também direi a quem sequer me pergunte
O que sabem e fingem desconhecer
Que me debato entre as pedras do destino
Querendo não querer
E aqui já fica dito
Este sentimento que anda em mim feito cascata
E gosto de natureza
De sons de serenata
De música que nunca cessa
De um peito que de amor estala
Vou ler Florbela todos os dias
Naqueles versos de agonia
E encontrar a palavra exata
Pra fazer um poema que preste
Um soneto inconteste
Onde isto que sinto extravase
Pois que nestes insossos versos
Nem me aproximo do quase