VERMELHO 17

POEMA: Vermelho 17

AUTORA: Stela Lúcia Manocci

INTERPRETE: Washington Fernando de Souza

VERMELHO 17

17/11/90... o DIA

Apostei que seria feliz

Pela 2ª Vez me casei.

De vermelho... Que alegria!

Quis dar adeus à solidão,

Queria ter um novo amor

Sonhar foi bom

Mas a ficha era a decepção

Foi só problema

Desde o início

Teve até processo

Mas que dilema!

Lembro-me daquele dia

Me enrasquei no 17

De presente o que ganhei?

Um belo processo por bigamia!

Desde o juiz ao Serventuário

A justiça errou feio

Goiás e Rio de Janeiro.

Que erro primário!

E eu... a única inocente,

Papeis corretos... certos

Foi quem sofreu as conseqüências

Stress, privação, humilhação... tudo inerente

O dinheiro mal dava pra comer

Advogados... Anulação.

O processo se arrastava

E eu... pagando pra ver.

O ex casal do erro tirou proveito

A ex acusava; fazendo-se de vítima.

O outro apelava se defendendo

Mil tormentos... um de cada jeito.

Rábula fui... a caçar documentos

O jogo virou... venci por fim.

Minha inocência foi provada,

Com documentos... não com vãos argumentos!

A Tormenta passou...

Quase uma década depois

E na virada,

Quem acusava, no banco dos réus se sentou!

Cópia do processo guardada... é a lógica.

Nada devo à sociedade,

Posso provar com certeza

Más ela... condenada por falsidade ideológica!

Qual foi o preço afinal?

Mais um casamento se foi.

Restamos eu e a solidão

Foi a melhor solução, nada mal!

Amadureci ao sol causticante da dor,

Ela muito ensina.

Se fui um mero joguete,

Viver hoje tem outro valor!

Não deixo de sonhar.

E sou livre para ter amigos.

Hoje sou artista e isto é gratificante.

Personificar, escrever... reciclar!

Stéla Lúcia
Enviado por Stéla Lúcia em 12/04/2010
Código do texto: T2192832
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