TULIPAS AMARELAS (Cenas de uma sala ou de uma vida...)
Tulipas amarelas...
(cenas de uma sala ou de uma vida)
Nada entre eu e mim
Se não esse ritmo já tão ouvido
As tulipas amarelas que parecem sorrir
Descansam na porcelana fria do vaso.
O mesmo cachimbo, e tudo que não trago
As paredes projetam tuas formas
O corredor torna-se imenso
Refletido pelas últimas luzes do ocaso,
Nada entre eu e mim
Nada entre eu e mim
Além das pontes invisíveis que atravessamos
Quando ainda éramos nós
A poltrona torna-se imensa,
A vida agora é real demais, algoz
Tudo se foi na tua bagagem
Nos rituais comuns de despedidas,
Meus versos, perdidos no outro lado da vida.
Nada entre eu e mim
Se não essa suave sensação de fim
Nuances, trincas eternas, seqüelas
Como o vaso onde descansam
Silentes tulipas amarelas...
Tonho França.