IMAGINÁRIO

Exílio

Exilar-me de sua imagem

Insônia

Mantê-la em chamas

Delírio

Perder teus abraços

Quando se morre

Em luto real o mundo se abre

Ou se fecha

O luto do amor

É nojo de algo que não morreu

A presença do que partiu

O sonho de sua morte

Duplo sofrimento

A minha carne que arde

O e-mail que não chega e que não quero ler

Triste progresso se devo esquecer você

A rua está coberta de lama se devo fugir

Amante abstrata, era teu corpo ou meu pênis?

O que de igual quando se ama e se cura de algo?

Qual o risco maior do luto em vida

se vejo a imagem da mulher no desvão da janela?

Melancolia, luto, pois ainda se ama, que fugas tormentosa?

Queima por baixo, arde um fogo no peito, e o teu seio arfa?

Túmulo mal fechado, principado de feras, e teus cabelos no meu rosto?

Há aí uma recusa que não se sabe

Se vem do corpo

ou da mente

Um abraço louco de quem já morreu

Abraçar a separação

COELHO DE MORAES
Enviado por COELHO DE MORAES em 16/08/2006
Código do texto: T218002