ATEMPORALIDADE NA MADEIRA
O que será ninguém sabe.
Podem ser alvoradas
Que se afastam em linhas paralelas
Ou a caminhada matutina
Com passos que conduzem
Às rotas de luz
Do dia seguinte.
O presente dura o instante
Da roração de um
Mundo e-s-t-á-t-i-c-o
À mercê do ciclo
Indeclinável
Que dá cabo de todas
As coisas.
O que passou edifica,
Anjos de asas cortadas,
Feridas que não cicatrizam,
E o que se sabe, só,
É que mesmo que se arranquem
Os pregos
Ainda ficarão as marcas na madeira.