ATEMPORALIDADE NA MADEIRA

O que será ninguém sabe.

Podem ser alvoradas

Que se afastam em linhas paralelas

Ou a caminhada matutina

Com passos que conduzem

Às rotas de luz

Do dia seguinte.

O presente dura o instante

Da roração de um

Mundo e-s-t-á-t-i-c-o

À mercê do ciclo

Indeclinável

Que dá cabo de todas

As coisas.

O que passou edifica,

Anjos de asas cortadas,

Feridas que não cicatrizam,

E o que se sabe, só,

É que mesmo que se arranquem

Os pregos

Ainda ficarão as marcas na madeira.

Samantha Medina
Enviado por Samantha Medina em 15/08/2006
Reeditado em 15/08/2006
Código do texto: T217106
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