.de.vidro.
caiu.
no chão.
o meu coração.
e quando te viu.
se inibiu.
de bochechas coradas.
não pude acreditar.
que naquela hora.
você vinha me falar.
sobre meus cabelos cor de ouro.
que só porque o tom é louro.
fez o brilho duradouro.
dos teus olhos ofuscar.
não me faça mais essa desfeita.
não me note.
não me aponte.
deixe que eu seja o vidro.
que ocupa o espaço.
que só transparece a paisagem.
e como miragem.
consiga duvidosamente parecer que está lá.
ana maria de queiroz
31.III.2010
* foi estranhamente vergonhoso ser teu espelho querendo ser vidro.