LIAME
Ai, da sanidade o liame
Parece romper-se
E de um lado se vê o concreto
Do outro lado o incerto
Confuso ser
Objeto
De um lado o cotidiano
Do outro um sonho insano
E quando se unem os pólos
É que ribomba o trovão
Do mais amargo desengano
Aperto-lhe a garganta de fogo
Conto uma história
Sem fundamento
Até que o raio se espalhe
Voe
Junto com o mais bravio
Vento
E um terremoto esconda sob os escombros
Esta teimosa imagem
Na qual me vejo
Enlaçando os teus ombros
E que venha um dilúvio
De mais de quarenta dias
E depois das águas acalmarem
Todas as brasas sejam apenas
Cinzas frias