CRISÂNTEMOS
CRISÂNTEMOS
Os buracos negros tragaram palavras
Sorveram-nas de um só gole
Lá dentro perdidas
Para sempre escondidas
São espectros do que foram
São feridas
Palavras sofrem
Mutiladas entristecem
Fenecem
Em flores de funerais se tornam
Palavras sem sorte
Cheirando
À morte
SUMERSA
Um cortejo se arrasta
A urna pesa
Urna nefasta
A vida passa
Acena
Zomba e faz graça
Do conteúdo
Daquela urna
Na qual uma cachoeira de sonhos
Se afogou em lágrimas
PONTO G
O ponto G existe
E é no desencanto
E não no prazer
Que consiste
COLIBRI
Minha poesia faz o que quer
Anda por onde deseja
Pois é livre
E feito um colibri
Voa e volta
Volta e voa
E beija
E beija
E beija
E beija