Lavar a rua...
Entre as trevas, as escuridões, o nada fala...
Em meio ao silêncio, até o triste se cala...
A porta aberta não projeta sequer sombra,
Não há luz, não há ninguém, nada assombra...
E então a morte em pé está no meio da sala
E de sua foice um laivo de sangue escorre...
Observa como órfãos observam o corpo numa vala...
A certeza da vida é quem vive, morre...
Profecias em papéis manuscritos são queimadas,
O passado arde as esperanças desconsoladas...
Sacrifícios são ouvidos no derradeiro instante...
A alma foge de corpos que não vêem seu fim,
Lágrimas formam oceanos no durante
E a eternidade dessa cena continua assim...
Vida morta... Terra, planeta condenado,
Escola de humanos desumanos negando aprendizado...
É preciso varrer a rua e lavar o sangue do chão...
Recolher-se ao silêncio calado, no fundo do coração...