Trenodia
Eu...
Eu tenho em minha mente
O fruto de todos os desejos
E as feridas da culpabilidade
Da entrega... Da busca
E, no mar de todos esses anos,
Apenas uma criança engatinhando
Pros braços do novo amanhecer
Eu poderia tentar explicar
Mas minha alma busca essa resposta
Passo meu tempo tentando encontrar a interlocução perfeita
Entre ser e existir
... Peno não ter encontrado afago às minhas indagações existenciais
Venta nos caminhos da redenção
E a água, silenciosa testemunha,
Adormece em volta das vidas ainda silenciosas
No bater-de-asas da libélula
A cor do mundo, do mundo vivo
Ainda pulsa nas árvores a mesma inspiração
Dos dias da afável chuva do início de tudo
Se sorrir é transpor a filosofia
Estou aqui, acorrentado as lagrimas da obrigatoriedade
Sou parte da sombra da grande verbalização?
Toda a dor do mundo, silenciosamente, me toma por testemunha
Debruço-me no seio da Terra
Poderia ser um novo herói ou deus
Mas os dias aqui já não são como antes
Poderia amar por um todo
E, como conseqüência, me ter momo mártir
Uma busca silenciada por anos de solidão
Uma sentença dada por crimes de misericórdia
Ser é estar...
Pluralidade emocional
Sangue em forma de palavras
Entender a vida
É como buscar a saída num mundo
Aonde as portas vão direto nas feridas
Nos passos do cosmos criador
Bailando na dança das estrelas
Cantarolando o renascimento
Fruto da espera de bilhões de olhos perdidos
Asas de chumbo
Num céu de veludo
No escarlate da memória da humanidade
A juventude apodrecendo seus sonhos
Eu sou a falha na pintura?
Eu sou a lágrima que corre?
Sou fruto do incesto entre amor e ódio?
Ou , aqui, apenas o filho de Deus?