A sombra
E atrás de mim se posta uma sombra,
Como se fosse minha alma escurecida em forma de poça.
O vulto me segue,
Como se estivesse preso em meu passo.
Aquela coisa negra me espreita,
Como se quisesse ultrapassar o meu compasso.
Eu corro, mas ela me alcança sem ficar cansada.
Gruda-se em mim como se fosse piche recém espalhado em cima de outro asfalto.
Uma sombra embravecida me persegue...
E eu nunca havia notado sua presença, ela está grudada em mim!
Não importa o que eu faça, nunca se cansa.
Estamos unidas há tempos,
Mesmo antes de eu ser criança.