Sob a cortina
Na sala sob a cortina
uma mesa ao centro
fichas se misturam
ao antigo baralho
Risco um fósforo
e acendo mai um
que vem somar suas cinzas
às dos outros tantos
que já perdi a conta
Olhares de desconfiança
embaçados por tanta fumaça
no ar
e pela poeira
que sobe do velho tapete
O gelo do meu copo
de whisky
ou nem sei o quê
já derreteu
Mais pontas
amontoadas no cinzeiro
e nenhum de nós percebe
que o tempo
já não é dono de si