ameaças de amor

sempre me assusto

com ameaças de amor

paixões repentinas

cheiros diferentes

de flor

nervoso

indeciso

meto os pés pelas mãos

esboço sorrisos

uso frases decoradas

fujo de assuntos delicados

falo de amenidades

futebol

futilidades

não olho nunca

dentro dos olhos

procuro não tocar

demais a pele

não elogio o vestido

o beijo

finjo que não preciso

de carinho

de abraço

disfarço o desejo

evito poesias

quase não telefono

deixo despedidas secas

como se fossem adeus

deixando no ar

um jeito de abandono

como se nunca mais

fosse voltar

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 20/02/2010
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