ameaças de amor
sempre me assusto
com ameaças de amor
paixões repentinas
cheiros diferentes
de flor
nervoso
indeciso
meto os pés pelas mãos
esboço sorrisos
uso frases decoradas
fujo de assuntos delicados
falo de amenidades
futebol
futilidades
não olho nunca
dentro dos olhos
procuro não tocar
demais a pele
não elogio o vestido
o beijo
finjo que não preciso
de carinho
de abraço
disfarço o desejo
evito poesias
quase não telefono
deixo despedidas secas
como se fossem adeus
deixando no ar
um jeito de abandono
como se nunca mais
fosse voltar