A DOR DA ESPERA

A dor da espera só dilacera,

desacelera o coração,

desaperta a razão.

Não tem lógica, nem tampouco regra,

sina da qual não se pode ausentar,

caminho sem atalho pra nos tirarmos dali.

Uma cicatriz que começa do nada e vira o tudo,

ferida latejante que cutuca os nossos confins sem pena,

e fica todo tempo nos chamando pra briga sem fim.

Essa dor se finca feito mastro de fé,

só pra gente ninar, amamentar e por pra dormir,

só pra gente precisa entender, alinhavar e arrematar toda hora,

como se fosse a proteína que moverá toda nossa a nação.

A dor da espera é maldita, é bendita,

entra sem pedir licença e fica até quando bem entender,

ser bizarro que dilacera nossa calma sem perdão.

sangue quente que nos percorre por todo canto da alma.

E uma dia vai embora, esquece de dizer adeus,

e cederá seu lugar para a colheita, a calma, para o sono de fato.

Cederá seu espaço para podermos desfrutar das varandas cheias de luz,

cederá seu corpo para podermos, finalmente, viver em paz.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 19/02/2010
Reeditado em 20/03/2011
Código do texto: T2094879
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