O homem que sou
Eu sou a humanidade calada
A humanidade muda, sem compensação
Eu sou a humanidade que se cala diante da dor
Da própria, dor e da dor de quem não sou
Eu sou o pior pedaço dela
A sua pior parcela, a que não reclama
E que, atrás da janela dos meus olhos
Vê alguém triste, chorando
E que grita para fora dela
A pior defesa, a defesa do que é certo
A defesa sindical da humanidade
Das coisas que não consigo ser.