AS VOLTAS DO MUNDO
As voltas que o mundo dá,
São tantas, são santas,
Sacodem o avesso, desnudam o senso,
descamam o certo, desfolham o feto,
desparafusam o feito.
As voltas que o mundo dá,
que a gente nem sente, mas entende,
acontecem nas beiradas do gozo,
nas fuligens de um rosto,
nas fronhas encardidas de uma paixão.
Tantas voltas que o mundo dá,
Como se alguém que nem conhecemos bem,
viesse de onde o mistério se esconde,
só pra trazer o destino que a gente merecia.
E quem teimasse em emergir, ou ruir, ou sorrir,
acabaria atado e desatado em si mesmo.
Essas voltas que o mundo dá,
Depois de tantos suores inundando os músculos,
Depois de tantos tombos, rombos, cabeçadas,
Tantos assombros, tantas enganos, idéias ciganadas,
Tantas noites em que o sono nem perto passou.
Que voltas que o mundo dá,
De repente vemos que é possível ser feliz,
Que é legítimo querer o que se quis,
Que é nosso o que a vida assim diz.
Que sempre será nosso o que a vida assim quis.
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