AS VOLTAS DO MUNDO

As voltas que o mundo dá,

São tantas, são santas,

Sacodem o avesso, desnudam o senso,

descamam o certo, desfolham o feto,

desparafusam o feito.

As voltas que o mundo dá,

que a gente nem sente, mas entende,

acontecem nas beiradas do gozo,

nas fuligens de um rosto,

nas fronhas encardidas de uma paixão.

Tantas voltas que o mundo dá,

Como se alguém que nem conhecemos bem,

viesse de onde o mistério se esconde,

só pra trazer o destino que a gente merecia.

E quem teimasse em emergir, ou ruir, ou sorrir,

acabaria atado e desatado em si mesmo.

Essas voltas que o mundo dá,

Depois de tantos suores inundando os músculos,

Depois de tantos tombos, rombos, cabeçadas,

Tantos assombros, tantas enganos, idéias ciganadas,

Tantas noites em que o sono nem perto passou.

Que voltas que o mundo dá,

De repente vemos que é possível ser feliz,

Que é legítimo querer o que se quis,

Que é nosso o que a vida assim diz.

Que sempre será nosso o que a vida assim quis.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 13/02/2010
Reeditado em 30/04/2011
Código do texto: T2085038
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