QUANDO FALTAR UM, TEREI OUTRO.
Quando faltarem minhas palavras,
Terei meus olhos para lerem.
Quando faltarem meus sons,
Terei o vento pra me representar.
Quando eu não tiver um, terei outro.
Sou uma comunhão,
Sou uma duplicidade,
Morro na individualidade,
E volto na eternidade.
Sou o eco que precisa do vale,
Sou a folha que decora a arvore,
Sou o ser criado,
A semelhança de outro.
Sou a mão que desperta,
Que acalma,
Que afaga,
Que repele.
Sou a boca que ri,
Que chora,
Que chama,
Que ora.
Sou eu que peço,
Que meço,
Que recomeço,
Que cessa.
Sou eu que na falta
De um,
Terei outro.
Di Camargo, 11/02/2010