O calor...
Está quente!
Aqui em Cuiabá...
Mas as nuvens prenunciam...
A chegada: da chuva!
Doce, fria,...
Bem-vinda!
Calma, suave...
A molhar a terra!
A chuva...
Me faz lembrar...
Do janelão...
Na fazenda...
Eu de joelhos...
Sobre a cama...
Com as janelas bem abertas...
Em noite de lua cheia!
Com os braços cruzados...
Sobre o beiral...
A chuva a cair...
Como gotas de diamantes...
Na noite escura...
Apenas clareada pelo relâmpago...
Eu a apreciadora da chuva...
Lá estava com os olhos a mirar a céu!
Ah! Que saudade!
A chuva traz de minha infância...
Amiga generosa que molhava a terra...
Berçário de sementes e de vida...
Dona voluntariosa...
Que alargava os leitos dos rios e córregos...
Magnífica faxineira...
A limpar o ar!
Bombeira de primeira...
No socorro das matas a queimar!
Engenheira de diques...
Pois onde encontra obstáculo se avoluma e forma um lago!
Aqui de volta novamente...
Olho a chuva como acompanhante...
Lembrando dos dizeres dos mais velhos...
Você se lembra?
“Hoje é casamento de viúva”...
Pois sol e chuva juntos estão!
Vejo o arco-íris ao longe prenunciando...
Aliança: “a chuva cai, mas passa sempre e se vai!”
Obs.: Não consigo me lembrar de nada de ruim sobre a chuva, nem quando tive a casa invadida pelas águas.