Por que?
O porque do por quê
não satisfaz minhas dúvidas
aumenta minha angústia
impotente me torno
mais triste fico.
Cresce um vazio
cheio de dor
que machuca meu peito
me deixa perdida
sem guarida.
Alimenta com fel
meu pensamento.
Olho no espelho
de mim mesma
só vejo amargura
no meu olhar
dureza na minha expressão
coisas do coração.
Ainda confusa
pelas respostas desnudas
insisto em saber
por quê?
Mesmo que jures amor eterno
tua boca denota teu silêncio
teu corpo o inverno,
meu inferno.
Avessa a todo sinal
busco
de qualquer jeito
o efeito de um talvez
que até acalmaria
como palhativo
meu ser inquieto
querendo teu ser entender.
Quero o alento
tento o conserto
do nosso caso de amor.
Em vão insisto
com essa luta solitária
poluída pelos sonhos meus
não teus.
Por quê?