A uma Pianista - Antônio Candido de Figueiredo

Não vês aquele Erard, um monstro de madeira,

Abandonado, triste, ao canto de uma sala?

Parece dormitar; não ouve, não te fala;

Descansa ali, talvez, prostrado de canseira.

Pois bem! Escuta-o agora: estremeceu! suspira!

E cisma! e devaneia uns íntimos segredos!

O monstro chora e ri! exalta-se! delira!...

É que sentiu no dorso os teus formosos dedos.

Paulo Kol
Enviado por Paulo Kol em 06/02/2010
Código do texto: T2073075
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