TÁ RINDO DE QUÊ?

A segurança está ameaçada

Se nas calçadas não se pode mais andar

Com alegria estampada pelo rosto

Só o desgosto

Meu semblante vai expressar

Quem deveria nos dar mais segurança

Segue uma dança que eu não quero acompanhar

Armados de revolver e cassetetes

Não sou tiete dessa falta de amor

Homem, mulher, velho, criança, não importa

Tome pancadas não esboce reação

Ou vais morrer é ali mesmo sem perdão

E se for preto a revolta é bem maior

E o massacre com certeza é bem pior

Nessa teia de hipocrisia

Sonho um dia acabar o preconceito

Que não tem jeito

Só maltrata o cidadão

Pisaram a poesia de Miró

Só porque de alegria deu um riso

O que é preciso pra acabar essa opressão?

Pisotearam o seu corpo já no chão

Acharam pouco e apertaram o cinturão

Arrastando a poesia pelo chão

Só por rir e ser poeta andarilho

Que segue o trilho da poesia e anda só

“Merece um tiro quem inventou a bala” essa é a fala de protesto de Miró

E o que se passa na cabeça do elemento

Só excremento recebeu na formação

A violência já foi disseminada

Já nos quartéis lhes ensinam a lição

Bata em pretos, pobres e poetas, mas não encoste a mão no capitão

Obedeça sempre a hierarquia

Mas anarquia você pode promover

Não mexendo com os intocáveis

Os miseráveis vocês devem exterminar

Matem os pretos, sua cor nos incomoda

Acham-se gente e ainda querem protestar

Pintem de sangue as cores do asfalto

Fiquem do alto aplaudindo a atuação Se são capazes de matar o seu irmão Por não ter tinta pra pintar seu coração