ESTÚPIDA CIVILIZAÇÃO

O povo da cidade

Vive em comunidade

Mas lhes falta humanidade

No trato com a natureza

Acham-se muito espertos

E vão cavando desertos

Sem muita preocupação

Enchem os rios de detritos

Já estão ficando peritos

Em sujeira e devastação

E pra criar camarão

Destroem todo o mangue

Porém depois não se zangue

Por não ter o que comer

E quando a terra tremer

Não vá ficar assustado

É apenas um recado

Que a natureza mandou

Ao destruir o lar do caranguejo

Virá depois o lampejo

O que foi que eu fiz meu Deus?

Por isso sem dó nem piedade

Virá a calamidade

Sem que possas consertar

E como você não é gênio

Vai lhe faltar oxigênio

Por ter devastado o mangue

Que te dava ar ao sangue

Pra sua respiração

Agora que o ar te faltou

Não fique reclamando

Aproveite e vá pensando

Em todo mal que causou

A natureza quando se vinga

Não há reza nem mandinga que a faça parar

Ainda assim agüenta muita agressão, sujeira, devastação...

É tanto lixo jogado

E o rio assoreado

Vai ficando apertado

Até água não ter mais não

E quando o vulcão acende a lava

Que vem de dentro do chão

O homem foge correndo

Finge não estar entendendo

Não consulta o coração

Que fará vir na mente

Tudo que friamente

Tantos males causou