Terminal
®Lílian Maial


 
A poesia anda com os dias contados.
Agoniza a palavra.
Na copa das árvores ceifadas,
folhas secas assimétricas
se despedem do orvalho de carpir versos.

 
Assépticas pedras na relva
repousam cuidadosamente abandonadas
sobre a plegia das letras.

 
Inscreve-se o poema na lápide,
em branco,
feito a vida fátua,
fremente flama que fenece,
como coisa por fazer.

 
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