Asas De Borboletas


Um ser
Nascido na prisão da sua frontalidade
Conspirador do seu próprio caos parietal
Na forma hemisférica de asas de borboletas
Impedidas de voar nesta prisão real
De ossos de vinte e dois arcanos
Módulo sequencial temporal
Ligados por suturas invisíveis
Pelos esfenóides vazios de olhos
Sem a luz no fim do túnel
Caindo numa fossa nasal
Pela ânsia de respirar o oxigênio
No declínio deste vômer sem fundo
Formando um rosto de osso zigomático
Completado pelo maxilar enfeitado
Por dentes de marfim calcificados
Sustentando uma mandíbula móvel
Confortando sua nuca no sul occipital
Nesta cela de ossos

Um ser
Nascido numa prisão de ossos
Prisioneiro do seu próprio destino
Recebendo oxigênio para se manter vivo
Conectado com o mundo manifestado
Por estímulos deste sistema neurotransmissor
Autônomo ou voluntário
Através dos portais sensoriais
Que lhe foi disponibilizado
De acordo com suas funções
Normais ou abreviadas
Ilusórias ou emocionais
Oligofrênicas ou racionais
Por tua condição transitória
Atravessando uma ponte invisível
Nesta prisão anatômica
Onde cada um faz sua cama
E deita neste assoalho
Pulsando sua glândula pituitária
A lei do triângulo que rege
O prisioneiro nesta prisão
Conforme a cristalização
Da sua visão sobrenatural
Diante das imagens verdadeiras
Que vão se manifestando
Além das paredes
Desta cela de ossos

 
Helen De Rose
Enviado por Helen De Rose em 01/02/2010
Reeditado em 02/05/2020
Código do texto: T2062959
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