no colo da minha espera
agora me vejo aqui
pacientemente sentado
no colo dessa minha espera
vendo o tempo passar
feito quimera
impiedoso
impune
lento
pela janela
eu morro de medo
e me cerco
de todos os lados
trancado no meu aconchego
dentro dos meus olhos fechados
atras das cortinas
dos tapumes
tenho sempre cuidado onde piso
mas nao me furto de olhares
nao escondo sorrisos
nem deixo brechas
nao abro a guarda
e a minha solidao
amiga de todas as horas
carinhosamente me acolhe
com armas poderosas
que ela mesma escolhe
e com garras afiadas
poderosamente me resguarda