ESPERA
Ó nau que leva meu bem
Por esse mar tão imenso,
Faz a meia volta e vem,
Já não ajo por bom senso.
Lágrimas lavam-me o rosto,
Num constante desalento,
Sabe que já desde agosto
Aflige-me este momento?
Dê-lhe nesses poucos dias
Prazer e muito conforto,
Muitas doses de alegria,
Não demore a vir pro porto.
Minha espera é dissabor,
É saudade remoendo,
Nau, traz logo o meu amor,
Não me deixe assim sofrendo.