Vida... vida
Quem sabe a gente se encontra
na rua de madrugada
sem dobrar esquinas
sem molhar retinas.
Quem sabe a gente tenta
não ser tão certinho
nem ser tão polido
e aperta as mãos
como velhos amigos.
Quem sabe a gente bebe
um vinho, suave, tinto
sem trincar os dentes
sem cuspir a mágoa
tudo bem normal
gesto natural.
Quem sabe a gente dança
e a música lenta
arrepia a pele
no amor, o medo esquece
a nossa velha história.
Quem sabe a boca encarnada
seja convite
e o batom
precise ser re_tocado.
É... quem sabe!
Fátima Mota