CHEGADA

Eu venho de longe

Sou de onde consegue tocar meu pensamento

Não há pecado em meu mandamento

Venho de muito ontem

Sou a ponte que não atravessa nenhum destino

O silêncio é minha água, meu pão, meu hino.

Venho

Com pressa de chegar

Sou a cana faminta por se despedaçar

Nas mãos do engenho.

Sou verbo, sou carne, sou sangue

Minha alma é um siri que se redime no mangue

Venho mas chego só aos pouquinhos

Volto

Envolto

Como uma criança devolvida ao útero.

Anderson Alcântara
Enviado por Anderson Alcântara em 09/01/2010
Código do texto: T2020098