Sombras
Sombras
As sombras do tempo não movem os relógios,
Não faz chegar os elevadores,
Não abre os sótãos onde escondo minhas roseiras.
A sombra da noite vem por mera distração da lua,
Refugiar-se próximo a mim,
Mistura-se entre a fumaça lenta do cachimbo
E som suave da lembrança do seu riso
As telas na parede tem sua face
Entre cores, abstratos, jardins.
Não apagam o que foi de fato,
Não conjugam amor em tempo passado
Ainda tenho todas as cicatrizes enfim,
Que insisto em disfarçar, nas sacadas,
Onde minha alma cansada,
Respira teus ares, incensos de alecrim.
Tonho França