O nascer de um poeta
O nascer de um poeta
É plantada uma semente,
Um verso que tem nexo
Com o sentimento humano
Uma palavra sem vida
Renasce com rima
Constrói-se uma estrofe
Com um sentido nobre
Na descoberta do dom
Para testemunhas é som
Para os surdos,
Palavra para os mudos...
Música suave para os ouvidos
Do coração aflito
Sentir na pele sem tato
Provocar um sorriso insensato
Às dores ocultas, às verdades duras,
Do coração fechado
O coração do poeta
Carrega tais sentimentos
Dobra a esquina da emoção
Sem se encontrar com a razão
Ele convida para uma viagem
Mística de realidade e fantasia
Sem bússola, sem tempo, nem paisagem;
Dando olhos à sua ideologia
No branco do papel
Enche a vida de graça
Pode extinguir o mal
E criar a felicidade
Sem ponto final
O poeta nasce
No coração que enobrece,
No choro que se revela
O amor como uma prece
Nos instantes de alegria
Está a exclamação da vida
No ponto de vista do criador
Nos versos sem dor.
Daniel Pinheiro Lima Couto
14/03/2006