"benvinda"
me dizem
calmo e ponderado
mas não sabem nada de mim
do meu vulcão guardado
da bagunça nos meus porões
nas minhas gavetas
da mesa ainda posta
da sala desarrumada
da poeira dentro do meu peito
onde há muito tempo
ninguem vem dar um jeito
do mato crescido no meu jardim
do abandono da varanda
onde tambem há muito tempo
ninguem anda
das janelas fechadas
das portas emperradas
da solidão infinda
só o capacho no chão
na frente da casa
continua limpo
onde até dá pra se ler ainda
"benvinda"