Dou voltas sobre um ego partido,
Falido, estranho as formas,
Quem dera houvesse outras auroras
Começaria de novo aquilo que nunca tentei.
 
O mundo é o fracasso da história,
Nunca somos belos senão por covardia,
Guerreiros são mitos, suas vitórias,
Fantasia. Quem me perde é quem me
Possui, jamais serei eu ao me encontrar.
 
As vitrines surreais de cada povo,
Penas, panos, pós, moderno ou linfático,
O intangível e o crível, partículas
Que sobrevivem do medo coletivo.
 
Sei, sim
Serei, assim
Meu absurdo abscesso rasgado
À boca, feitiçaria de lobas da
Angústia, predadoras da renúncia,
Ninfas augustas, às quais desejo como o
Homem que almeja ser apenas
Seu, o criador de deus.