Sonata pra Lua em Sol menor


O Sol distancia sua luz das veredas,
As veredas seguem suas imagens,
As imagens se deitam nas alamedas,
Nas alamedas que se vestem de paisagens,
Paisagens de teias e fios de sedas,
Tecidas pelos sonhos de suas paragens.

- Por que tem que ser assim?
- A Lua tão longe de mim?
Diz um triste Arlequim,
Olhando o dia que já caminha pelo fim,
Pensando na sua saudade, segurando um jasmim.

Enquanto ouve uma sonata meã:

Há que se ter uma linda manhã,
Uma Colombina Helena pagã,
No seu deleite mais afã,
Comendo uma vermelha maçã.

O Arlequim admira a Lua e suspira,
Ao lembrar-se do rosto de sua amada,
Acena para o Sol no menor sinal da sua pira,
Abrindo passagem para esta noite encantada.

De um Arlequim apaixonado por sua saudade,
Ouvindo uma sonata para Lua, renascida
No ventre da noite em divina claridade,
Enquanto chora pelo Sol em sua partida.

 
Helen De Rose
Enviado por Helen De Rose em 20/12/2009
Reeditado em 29/04/2020
Código do texto: T1987663
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