Amei-te no exato momento em que soube de ti
e em teu coraçãozinho,
ouvidos colados,
te senti.

Amo-te no que penso que sou
ainda em vida,
quiçá em fiapos
apenas,
mas se de alguma coisa os versos que aprendi
ainda me servem,
uma delas,
crê em mim,
há de deixar no Universo escrito em letras pálidas
o espanto que a frieza dos humanos
não conseguiu alcançar,
nem ouvir.

Um dia virás a mim por teus próprios pés,
e ninguém,
ninguém há de impedir que assim seja feito,
porque se olhos eu não mais tiver para ver os teus,
cola tua boca de homem feito
nos já embaçados olhos meus,
e o milagre se fará.
Hei de,
ao menos,
tua voz escutar
(ao longe, que seja)
"Vó Mina, olha aqui, olha.
  Sou eu,
  o Tuto..."

Vou te esperar.