CISCOS QUE ASSINALAM UM NOVO DIA!
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Não digo que a tristeza é motivada por alguém e quando for... Talvez, tentarei dizer com a convicção das minhas letras embriagadas pelo pranto sem indicar culpa!
 
Sei que não devo dar lugar à tristeza focando alguém e ouso nunca ter que sentir este sentimento!... quando indivíduos me ferem prefiro deixá-los à beira da estrada por não me permitir sofrer por descuido dos outros e, tampouco, dos meus!... Por isso, o sofrimento visto na amplitude genérica rouba a tristeza no campo específico do meu peito!
 
Não deixe de me falar nada!
 
Prometa-me... Mas, fale-me em seus gestos!
 
Sinalize com um suspiro!... Anuncio que lhe darei a verdadeira reciprocidade!
 
A introspecção chega, abruptamente, neste mês... os anos chegam e sobrepesam assinalando carquilhas que se ajuntam na minha face e os respingos deles se me revelam no gotejar e, talvez por isso, eu sinta o meu momento assim... Solitário!
 
São os encontros, os desencontros!... Coisas da vida que por fim resultam em cicatrizes que sangram quase sempre... a assertiva é a de não ter medo, mas a vida nos cobra atitudes, principalmente, para por paz em nossos corações quando existem as cicatrizes!
 
Amores que jamais se vão!...
 
As sementes não podem ser extintas; as árvores devem surgir para, quem sabe, ficar com as suas sombras, sobras ou falta delas!
 
Então, amo com sensatez e insanamente, mas sempre pronto para ser feliz!
 
Entrego-me ao que acredito sem esperar dos outros qualquer tipo de aceno... Amo e sou apenas um homem comum cheio de marcas do tempo e com um coração dorido pelos tantos desencontros, mas olhando profundo e vendo tudo com a profundidade carecida... mergulhando nos oceanos desta louca vida!
 
Carrego a liberdade nas minhas asas... do coração!... a despeito dos ciscos tão necessários nestes embates do sempre, afinal me revelam com sentimento!
 
As lágrimas que rolam são bálsamos que preciso para esquentar o meu coração um tanto frio frente aos dissabores que se me revelam pela natureza incongruente de tanta gente que passa pela vida sem significância!
 
Não faço da minha vida um poço de lamúrias a despeito de tantos desencontros, próprios de quem não tem medo de amar, então, por isso, não atribuo os meus ciscos postos nos olhos a outro indivíduo e a ninguém... Apenas me permito sentir.
 
Tento, muitas vezes, não deixar ninguém perceber estes gotejamentos, pois a tristeza incomoda muita gente... mas o meu pranto é risco de desabafo oriundo de uma alma que pretende chegar aos quase meio século de anos idos, mas de uma trajetória feliz, mas sobrepesada pela vontade e necessidade de fazer, também, outros iguais/desiguais felizes.

Gostaria muito de desfrutar de uma incomparável companhia neste silêncio que tipifica as gotas que nascem sob a lua, mas preciso alinhar algumas entrelinhas de minha vida... por isso, vou preferindo ficar só para expurgar sentimentos ruins e tentando atrair os bons!

 
O carinho percebido nos gestos e na reticente escrita da vida transpõe que o amor é o norte, talvez, um tanto demorado, mas, quem sabe, definidor para quem o queira!

Às vezes, carecemos ouvir a voz da mulher amada!... carregamos a carência de sentir que estamos sendo ouvidos mesmo que a fala não consiga fazer barulho, mas precisamos disso, no entanto, o óbvio é tarefa difícil.

Enfim, consegui tirar um pouco dos meus ciscos mesmo sem poder ter sido ouvido, mas a vida é assim mesmo... Passa e repassa um tanto de pingos... Todos enfileirados e me acenando um adeus e a certeza que o fim é sempre o início de uma nova trajetória!

©Balsa Melo
09.12.09
Brasília - DF


BALSA MELO (POETA DA SOLIDÃO)
Enviado por BALSA MELO (POETA DA SOLIDÃO) em 14/12/2009
Código do texto: T1978411
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