Arcádia
“Et in Arcádia ego.”
Ardia no peito o poema
Nobres românticos desfalecidos
Gemendo no chão da discórdia.
Ardia no peito o fracasso
Nobres senhoras desfalecidas
Nos subúrbios das casas de concórdia.
“E no paraíso estou.” Dizia o pastor.
E na Arcádia dos radiantes poetas
Espectros de musas a desfilar.
Gemem como sirenes preocupadas
Dançam nos holofotes dos esquecidos
Gelam os corpos dos boêmios.
“E neste paraíso estou.” Disse o poeta.
Na Arcádia dos necessitados por poesia
Na alcova dos beberrões.
Ardia no peito a utopia
Que infinidade esperança
Tão longe, distante, perdida.
Emaranhado de utopia
Gente perdida e sonhadora
Poetas nos salões da Arcádia.
“E no paraíso estou.” Dizia o pastor.
( Rod.Arcadia)