Essa era que já era

O mundo fantasma me pasma

Na seca asma desse resíduo ondulante

Do indivíduo agonizante...

No credo de cada dia.

Na fé cega que nega a esperança

De ver na morte a aliança

E na vida apenas a alegoria.

Ah! Essa era que já partiu

E a humanidade nem viu

As lembranças se esconderem na metáfora.

Divagando em espaços inexistentes

Com a impressão de se estar presente

Nesse mundo que há tempos ruiu.

Esses pensamentos conturbados

Torna-nos espectros calados

Para manter da fala, o sigilo.

Dessa morte na cadeira cativa

Fingida vida que esmaeceu

Na etapa vencida de uma era

Que há muito tempo já era.