Pulsação silenciosa: Lúcio vem, Lúcio traz
O cavalheiro me procura, trazendo-me seus peixes
Sua sombra multiplica-se por três
Percorrem o local e me encontram
Encostado nas colunas, agachado entre os feixes
Eu sabia que seria encontrado, queria ser, porque não?
Fugir é só encenação, injetar-me-ei em tuas veias, acelerarei a tua pulsação
Limpo o negro balcão, já não há escolha, nem chance, nem tempo
Meus pés suam frios; dê-me tuas meias, pois não!
Mesmo que nunca lhe minta
Mesmo que teus olhos sem brilho tentem me ferir
Nunca fugirei do meu algoz
Lúcio vem, Lúcio traz sempre mais, sempre a sós
Aquela sensação pura, apenas ela e algum contentamento
Isso sim, você me dará mediante pagamento
Traga-me os peixes, as cápsulas, os sais de fruta e duplicatas
Ansioso, abro a janela e lhe espero ofegante, com cólicas, ocioso
Não obstante, Lúcio já vem silencioso...