DE ALMA LIIMPA
De alma limpa.
Vou sair às ruas, dançando sombras,
Colhendo luas, pulando os muros,
Entregando as flores, rasgando os jornais
Vou sair descalço, e com alma limpa
Descer as ladeiras sem culpa alguma
Tocando bandolins de borboletas azuis,
Canções de falem de vida, na noite escura
Acordando o mundo numa só janela,
Vou, vou sair poeta, vou ser a rua,
Vou ser a sombra, que floresceu no muro,
Vou, vou entregar as luas, descendo as ladeiras,
Vou, vou nascer antes de chegar o dia,
Na alma encantada das borboletas azuis,
De alma limpa, e cara pintada de mim,
Entoando versos alados, acendendo o mundo,
Nos acordes mágicos dos bandolins.
Tonho França.