ja' me acostumei na tua ausencia

já me acostumei na tua ausencia

te ter nos sonhos

olhar no espelho

sem te ver sair do banho

o café sozinho

a desordem quieta do jornal

o abandono da casa vazia

o desalinho

a paz informal

o ar pesado

a asfixia

a semana lenta

que não anda

as plantas displicentes

espalhadas e mortas na varanda

ja' me acostumei na tua ausencia

conversar comigo

olhar as paredes

ouvir o silencio dos quadros

doendo nos ouvidos

ninguem pra deitar no colo

ninguem pra sentar ao lado

ninguem pra me dar consolo

ninguem esperado

ja' me acostumei na tua ausencia

paciencia

não adianta morrer

não adianta ficar na janela

esperando o tempo passar

esperando a porta se abrir

esperando te ver chegar

ja' me acostumei na tua ausencia

tua falta ja' não e' tão grande assim

doeu mais na despedida

hoje so' doi em mim

quando eu toco na ferida

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 19/11/2009
Reeditado em 04/11/2010
Código do texto: T1931529