A ROSA E OS ESPINHOS
Era tão linda a rosa amarela que achei!
A sua cor jamais me demonstrou tristeza
e ninguém percebeu as dores que amarguei,
quando eu a vi murcchar com tanta sigeleza.
Nem ninguém saberá o pranto que abafei
ao ver que aquele viço era a grande certeza
da prova de um amor que nunca revelei,
sem esperar da vida a volta da beleza.
E agora que estou só, fitando a simples haste
daquela bela flor que espargia carinhos,
tenho em meu peito dor que só me traz desgaste.
Chorando o fim da rosa, eu procuro caminhos
que anulem este amargo e penoso contraste,
pois triste é encontrar apenas os espinhos.
(Soneto alexandrino)