No embalo do vento
No embalo do vento
Vanderli Granatto
Quisera no embalo do vento,
dissipar do pensamento,
toda angústia que o peito sente.
Sentindo-me sem alento,
deliro sem comedimento.
A tristeza me vence,
destilo a dor sem cura.
Desfilo intermináveis ais.
Ganha força a amargura,
na insensata vida nua, crua.
Nada mais imploro,
sem conforto, choro.
A espera infindável,
do mel que será glória,
não é agradável.
Vencida, a vida se torna castigo.
Longos se tornam os dias, sem abrigo.
O querer não é nada,
diante das dificuldades,
do dia a dia.
Pobre coração sofre as agruras,
dos delírios do pensamento.
Já não se importa com o sofrimento,
com tantas coisas injustas, impuras.
Quisera no embalo do vento,
resolver as desventuras,
dissipar todo sofrimento desta vida dura,
não me sentir mais, a pior das criaturas...
Vanderli
06/11/2009
Botucatu/SP