DECIFRA-ME OU TE DEVORO!
Mesmo sendo um solitário ser,
sucumbo-me ao poder da ilusão.
Não é oportuno viver sem sentir,
o doce e efêmero sabor da paixão.
Pois estou no badalar dos sinos,
das pequenas capelas e góticas catedrais.
De corais infantis sou alegre hinos,
também os cacos no cair dos cristais.
Imperfeições a meu ver são as sínteses,
das relações impares de uma vivência,
onde o amor com suas teses e antíteses,
na imperfeita alma tem a preferência.
Assim sou certo, posto o inexplicável!
Retas onde as razões se curvam.
E filosoficamente incomensurável,
ao bracejar dos que me desejam
Sem querer ser ímpio ou mesmo fiel,
desassossegando meus próprios sonhos.
Levo o dulçor ao que já fora fel,
respirando os ares dos seres risonhos.
Decifra-me ou te devoro!
Com gesto gentil de fala aparente.
Em ofegante hora te imploro,
deixe a filosofia entender a gente.