DECIFRA-ME OU TE DEVORO!

Mesmo sendo um solitário ser,

sucumbo-me ao poder da ilusão.

Não é oportuno viver sem sentir,

o doce e efêmero sabor da paixão.

Pois estou no badalar dos sinos,

das pequenas capelas e góticas catedrais.

De corais infantis sou alegre hinos,

também os cacos no cair dos cristais.

Imperfeições a meu ver são as sínteses,

das relações impares de uma vivência,

onde o amor com suas teses e antíteses,

na imperfeita alma tem a preferência.

Assim sou certo, posto o inexplicável!

Retas onde as razões se curvam.

E filosoficamente incomensurável,

ao bracejar dos que me desejam

Sem querer ser ímpio ou mesmo fiel,

desassossegando meus próprios sonhos.

Levo o dulçor ao que já fora fel,

respirando os ares dos seres risonhos.

Decifra-me ou te devoro!

Com gesto gentil de fala aparente.

Em ofegante hora te imploro,

deixe a filosofia entender a gente.

Jayme Tijolin
Enviado por Jayme Tijolin em 06/11/2009
Reeditado em 15/03/2011
Código do texto: T1909137