EU QUE PENSAVA QUE ME BASTAVA!

Atente para o meu olhar.

Ele revela tudo que sou...

Decifra-me e conseguirá

tirar o melhor deste ser.

Os olhos que me devoram

desnudam-me até a alma...

Permito que me descubra,

eu aceito ser encontrado.

Há tantas luas que estou triste,

há tantos rios nas minhas veias,

há tanto mar pra eu me afogar...

Onde terá chão? Cadê a costa?

E, eu que adorei cada estrela,

estou agora cravado na terra,

acuado num tempo disforme,

preso nos próprios temores...

E os sonhos que antes sonhava

brincam de atirar no meu rosto

a realidade fria da vida minha...

E, eu que pensava que me bastava!

Nas minhas fraquezas interiores

preciso da sua mão meio divina...

Apenas um sorriso seu já reanima,

e eu amanheço pronto de novo, ufa!