O POETA E A CIDADE 06

O POETA E A CIDADE 06

Nesse chão,

Não deixarei o meu caixão.

Minha mortalha se perpetuará.

Pois, não ficarei...

Estarei nessas brechas de canto,

Quando em pratos, tu, cidade.

Me, gritas!

Estarei vagando nesses ares

De contradições desses nossos dias

Mornos e sem cor.

Estarei bêbado na poeira cinza

Das ruas tortas e das tuas portas fechadas.

Estarei em tudo.

Nesses olhos pidão, querendo não esmola

Mas, escravidão.

Estarei a enxergar.

Pois, neste chão não deixarei meu caixão.

Já tens... Meu coração!

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 29/10/2009
Código do texto: T1894808
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