O POETA E A CIDADE 06
O POETA E A CIDADE 06
Nesse chão,
Não deixarei o meu caixão.
Minha mortalha se perpetuará.
Pois, não ficarei...
Estarei nessas brechas de canto,
Quando em pratos, tu, cidade.
Me, gritas!
Estarei vagando nesses ares
De contradições desses nossos dias
Mornos e sem cor.
Estarei bêbado na poeira cinza
Das ruas tortas e das tuas portas fechadas.
Estarei em tudo.
Nesses olhos pidão, querendo não esmola
Mas, escravidão.
Estarei a enxergar.
Pois, neste chão não deixarei meu caixão.
Já tens... Meu coração!