Vai chover...

As folhas estão soltas... Nas dobras do travesseiro.

Acordar com o canto do pássaro... Olhar o mundo com afeto claro.

Assim, começam nossos dias...

As folhas, em giro lento, alimentam o espetáculo das gotas... Da chuva com seu começo.

O tempo para, lá fora...

Olho às luzes do candeeiro... E o céu barulha... Embaralha o espanto das nuvens... Vem muita água!

O vento fala baixinho que o nosso mundo é colorido... Alcança cada poro... Cada polo do meu corpo.

Falar aos deuses... Respirar a natureza guia... A tua águia do olhar cerrado.

Beijo, com a dança... Alimento à terra com ares de Diana...

Apaixonadamente, respiro o chegar da chuva... Elevo-me em heras...

Sou tua fera...

As luzes da taverna embriagadas pelo antigo toque da lira que te envolve...

O gênero nunca é único... Há mistura mútua de desejos... Há entremeios de estilos... De paredes tranformadas em tijolos... De silabas presas à saliva.

Beber o mundo, com o efeito de imagens...

As tuas taças em cada nota... O nosso verso... Reverso solidificado pela existência.

Amo-te em cada estrofe... Esse é o discurso do infinito... Meu abrigo.

14:00