Tristes flores
Tristes flores em um jardim deserto.
De manhã, uma procura sedenta;
de noite, com seus botões abertos.
Tristes flores de beleza murcha,
de pétalas podres que caem jovens,
de pólen amargo que ninguém degusta.
Tristes flores regadas a açoite,
maltratadas pela inveja da Rosa,
ainda que simples Damas-da-Meia-Noite.
Tristes flores de caule espinhento.
Da Rosa têm somente o espinho,
mas não o desejo do dedo sangrento.
Tristes flores de perfume inodoro.
Te ver sozinhas e rejeitadas no chão
me aperta o peito e, assim, choro.