O TEMPO PARECE PARAR
O TEMPO PARECE PARAR
O tempo parece parar
Por dentro parece parar
Parar; na curva do tempo
No meio do dia
Na calma das horas
Na infinita saudade
No fim da estrada
Não há mais nada a dizer
Quando o tempo parar
Lá fora o tempo não pára
Insistentemente, não pára
O sol se declara
Derrama-se em cores
As ondas não param
Incansavelmente, se jogam
Abraçam a praia, se agitam no mar
Deslumbrado, o tempo não pára
E o frevo não pára
Freneticamente, dispara
Os pares saltitam
Os passista flutuam
E férvidos, se lançam
mais leves que o ar
Efervescentes, não param
Por dentro o tempo passou
Lamentavelmente, passou
Sobrou uma luz, difusa...distante....
Levemente penetrante
...E ao ver o sol aquecendo,
...E ao ver o frevo fervendo,
O tempo lá dentro, voltou a passar.
Fátima Almeida