O TEMPO PARECE PARAR

O TEMPO PARECE PARAR

O tempo parece parar

Por dentro parece parar

Parar; na curva do tempo

No meio do dia

Na calma das horas

Na infinita saudade

No fim da estrada

Não há mais nada a dizer

Quando o tempo parar

Lá fora o tempo não pára

Insistentemente, não pára

O sol se declara

Derrama-se em cores

As ondas não param

Incansavelmente, se jogam

Abraçam a praia, se agitam no mar

Deslumbrado, o tempo não pára

E o frevo não pára

Freneticamente, dispara

Os pares saltitam

Os passista flutuam

E férvidos, se lançam

mais leves que o ar

Efervescentes, não param

Por dentro o tempo passou

Lamentavelmente, passou

Sobrou uma luz, difusa...distante....

Levemente penetrante

...E ao ver o sol aquecendo,

...E ao ver o frevo fervendo,

O tempo lá dentro, voltou a passar.

Fátima Almeida

Mary Fa
Enviado por Mary Fa em 20/10/2009
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